Boas Vindas

Blog dedicado aos Oblatos Seculares de São Bento, da Congregação Portuguesa da Abadia de São Bento de Singeverga, Roriz, Santo Tirso.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Entrevista com: Pe. Lino Moreira, O.S.B.


Pe. Lino Moreira, monge beneditino de Singeverga, em entrevista ao site Faz Sentido
Arquidiocese de Braga


«A VIDA MONÁSTICA É UMA VIDA INTEIRAMENTE CONSAGRADA AO SERVIÇO DE DEUS E DO PRÓXIMO, PELA ORAÇÃO E PELO TRABALHO.»

Como compreendeu que Deus o chamou a esta vocação? Quais foram os lugares e pessoas que o ajudaram a fazer esta escolha vocacional?

A minha vocação surgiu quando tinha quinze anos e vivia no Brasil: num domingo, de passagem pelo Rio de Janeiro, fui à missa ao Mosteiro de São Bento, e fiquei maravilhado com a liturgia e o canto gregoriano. Senti-me invadido por uma grande paz, que parecia vir directamente do Céu. Quando cheguei a casa, comecei a procurar informações e literatura sobre a Ordem Beneditina. No ano seguinte fui visitar o Mosteiro de São Bento da cidade de São Paulo, e estive ali uma semana como hóspede. O tempo foi passando, mas a atracção pela vida monástica nunca mais desapareceu; até que decidi ir bater à porta do Mosteiro de Singeverga, onde ingressei como candidato, poucos dias antes de fazer dezanove anos.

Qual o lugar da vocação monástica no "concerto" das vocações na Igreja?

Creio que será melhor descrever a vida ou a vocação monástica do que tentar definir a sua posição relativa. A vida monástica é uma vida inteiramente consagrada ao serviço de Deus e do próximo, pela oração e pelo trabalho. Todos os dias os monges se reúnem a determinadas horas, na igreja do mosteiro, para celebrarem a Eucaristia e cantarem os louvores de Deus no Ofício Divino. O resto do tempo devem dedicá-lo o mais possível à oração particular, ao estudo e ao serviço dos irmãos, no desempenho das tarefas que lhes foram confiadas pelo Abade. Uma comunidade monástica procura reproduzir o estilo de vida dos primeiros cristãos, que eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à comunhão fraterna, à fracção do pão e às orações...  e tinham tudo em comum (Actos, 2,42.44).

De que forma reconhece que a vida monástica está ao serviço da missão da Igreja?

A vida monástica está ao serviço da missão da Igreja sobretudo enquanto é um sinal forte de que em todo o tempo Deus deve ser amado sobre todas as coisas. É esse amor a Deus que dá sentido à vida humana, e nos permite ter uma relação saudável e equilibrada com os outros e com a natureza.

Na nossa realidade, quais as dificuldades que um jovem pode encontrar para escutar o chamamento de Deus? Que propostas a Igreja pode fazer para que cada pessoa compreenda a sua vocação?

Não me sinto especialmente preparado para dar uma resposta cabal as estas duas perguntas, mas parece-me que, hoje em dia, os jovens andam demasiado envolvidos no ruído e na agitação. Nessas condições é muito difícil amadurecer humanamente, e é quase impossível escutar a voz de Deus. Por outro lado, julgo que a Igreja deveria investir mais no acompanhamento pessoal individualizado, como forma de ajudar cada pessoa a descobrir e viver a sua vocação.

Toda a vocação é promessa de vida feliz! Para si, onde está a felicidade?

Como todo o cristão, sei que a felicidade está na perfeita realização das bem-aventuranças que Jesus Cristo proclamou no Sermão da Montanha. De resto, o monge é um homem que procura alcançar a pureza de coração que lhe permitirá ver a Deus. Poderá haver maior felicidade do que chegar um dia à contemplação de Deus?



P. Lino Correia Marques de Miranda Moreira, O.S.B.





2 comentários:

  1. Gostava de poder contactar com o Padre Lino Moreira. Pode ajudar-me? Obrigada.

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  2. Gostava de enviar este texto ao Padre Lino.
    https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fsolpaz.blogs.sapo.pt%2Fhumberto-pinho-da-silva-pedro-1938217%3Ffbclid%3DIwAR0WeZq6mXndQxIlJFtiUqY2r6EaNrdr2CbVJLAaMJWUGa_cySQoSnpaDb8&h=AT0IBejKncWOvPXZiUmA0yaOvPYdtryWv9XrogezAPJgHLqetuzBPWAljrEf6tW3NDO_9pBiK2V6ef6F_Erm9dcvx1XLfff_-PSNfwdpnge4NCRVHT8fJnVbVeu4Baj0xxJTO0cUOsRfjHIJAw&__tn__=H-R&c[0]=AT0Zd2QAGTFHSpQOvUGw1lmcEoQeWS9NsBG4KyVbG2UDVmmDNX4RJtZ8WZM3rnH-L4Q5aFh6iI4AhHHIN2YFIEJsQUI_o4xKx5oO_7HQVJSL5-2vrTVUJYpTlLUd7raf2tWFXC6SWoYjZRBxfOE_rO4i5rOBPSdAEEce4M36rwR3S_GdQc99tBqnHZOTdHojjtxX

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